sexta-feira, 30 de maio de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
domingo, 25 de maio de 2014
QUANTA FELICIDADE EU AGUENTO?
* Te desejo toda felicidade que puder aguentar * Foi com esta f rase que uma pessoa que gosta de mim encerrou seu e-mail, e fiquei petrificada diante do computador, um pouco pela explosão de gentileza de alguém que nem conheço, e outro tanto pela contundência que me fez pensar: quanta felicidade eu aguento?
Desde que lancei um livro com a palavra *feliz* no título ( a coletânea de crônicas *Feliz por nada*, de 2011 ) que respondo até hoje a uma infinidade de entrevistas com esse monte: o que é afinal, ser feliz?
Bom, quando estou triste, estou feliz. Não sei se isso responde.
Felicidade não tem a ver com oba-oba, riso frouxo, vida ganha. Isso é alegria, que também é ótima, mas que não tem a profundidade de uma felicidade genuína que engloba não só a alegria como a tristeza também. Felicidade é ter consciência de que estar apto para o sentimento é um privilégio, e que quando estou melancólica, nostálgica, introvertida, decepcionada, isso também é uma conexão com o mundo, isso também traz evolução, aprendizado.
Feliz de quem cresce. Mesmo aos trancos.
Infelicidade, ao contrário, é inércia. A pessoa pode passar a vida inteira sem ter sofrido nada de relevante, nenhuma dor aguda, mas atravessa os dias sem entusiasmo, anestesiada pelo lugar comum, paralisada por seu próprio olhar crítica, que julga os outros sem nenhuma condescendência. Para ela, todos são fracos, desajustados ou incompetentes, e não sobra afetividade nem para si mesma: se está sozinha ou acompanhada, tanto faz. Se há a expectativa de uma festa ou a iminência de uma indiada, tanto faz. Essa indiferença em relação ao que os dias oferecem é uma morte que respira, mas, ainda assim, uma morte.
Eu reajo, eu me movo, eu procuro, eu arrisco - essa perseguição a algo que nem sei se existe é uma homenagem que presto à minha biografia. Nada me amortece, tudo me liga, tanto aquilo que dá certo como também o que dá errado. Felicidade é uma palavrinha enjoada que remete só ao bom, mas dou a ela outro significdo: é uma inclinação abrangente e corajosa pra a vida, que nunca é só boa.
Já a infelicidade é uma blindagem contra o encantamento, é negar-se a extrair das miudezas o mesmo feitiço que as grandezas proporcionam. Eu celebro o suco da laranja matinal, o telefonema de uma amiga, a saudade que eu sinto de algumas pessoas, o sol caindo no horizonte, a luz que entra pela janela do quarto ao amanhecer, a música que escuto solitária e que me remete a uma inocência que já tive - e que pelo visto ainda tenho. Celebro o já vivido e o que está por vir, as risadas compartilhadas e o choro silencioso, e todas as perguntas que um dia talvez sejam respondidas.
Como esta: quanta felicidade eu aguento? Não sei. Que venha. Recusa-la é que não vou.
MARTHA MEDEIROS
sábado, 24 de maio de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
quinta-feira, 22 de maio de 2014
COMO É GRANDE O MEU AMOR POR VOCÊ!
PRA VOCÊ DÉLIO
Se mais vidas houvesse pra viver!
Noutras vidas eu ainda te amaria...
Não há em mim outro maior querer
Porque sem esse querer pereceria...
Mas, não te sintas refém dessa vontade
Que faz de ti mais que minha metade,
Quase a totalidade do que sou!
Esqueça este peso que te quero impor
Da-te só por amor e com amor!
E aceite inteira a vida que te dei!
Laura... te AMO desde sempre!
Maio de 2014 aos 83 anos
terça-feira, 20 de maio de 2014
O RELOGIO DA VIDA
O relógio da vida recebe cordas apenas uma vez e nenhum homem tem o poder de decidir quando os ponteiros irão parar se mais cedo ou mais tarde. Agora é o único tempo que vc possui! Viva, ame, trabalhe com vontade. Não ponha nenhuma esperança no tempo, pois o relógio pode parar a qualquer momento!... Viva feliz o dia de hoje! com amor e alegria!
A TORRADA QUEIMADA
Quando eu ainda era um menino, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho duro.
Naquela noite distante, minha mãe colocou um copo com leite e um prato com torradas bastante queimadas, para o meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe, e me perguntar como tinha sido o meu dia na escola.
Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada pedaço.
Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por ter queimado a torrada. E eu nunca esquecerei o que ele disse: Amor, eu adoro torrada queimada.
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele realmente gostava de torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e disse:
Filho, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada. Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém! A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor cozinheiro do mundo.
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, relevando as diferenças ente uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros. E essa lição serve pra qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos e amigos...
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